segunda-feira, 9 de março de 2009
CANTEMOS AO SENHOR O CANTO DO AMOR
“Cantai ao Senhor Deus um canto novo e o seu louvor na assembléia dos fiéis” (Sl 149,1).
Somos convidados a cantar um canto novo ao Senhor. O homem novo conhece o canto novo. O canto é uma manifestação de alegria e, se examinarmos bem, é uma expressão de amor. Quem, portanto, aprendeu a amar a vida nova, aprendeu também a cantar o canto novo. É, pois, pelo canto novo que devemos reconhecer o que é a vida nova. Tudo isso pertence ao mesmo Reino: o homem novo, o canto novo, a aliança nova.
Não há ninguém que não ame. A questão é saber o que se deve amar. Mas o que podemos escolher, se antes não formos escolhidos? Porque não conseguiremos amar se antes não formos amados. Escutai o apóstolo João: Nós amamos porque ele nos amou primeiro (1Jo 4,10). Procura saber como o homem pode amar a Deus; não encontrarás resposta, a não ser esta: Deus o amou primeiro. Deu-se a si mesmo aquele que amamos, deu-nos a capacidade de amar... amemos a Deus com o amor que vem de Deus.
Deus se oferece a nós pelo caminho mais curto. Clama para cada um de nós: Amai-me e me possuireis; porque não podeis amar-me se não me possuirdes.
Ó irmãos, ó filhos, ó novos rebentos da Igreja Católica, ó geração santa e celestial, que renasceste em Cristo para uma vida nova! Ouvi-me, ou melhor, ouvi através do meu convite: Cantai ao Senhor Deus um canto novo. Já estou cantando respondes. Tu cantas, cantas bem, estou escutando. Mas oxalá a tua vida não dê testemunho contra as tua palavras.
Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com os lábios, cantai com a vida: Cantai ao Senhor Deus um canto novo. Queres saber o que cantar a respeito daquele a quem amas?... Queres saber então que louvores irás cantar? Já o ouviste: Cantai ao Senhor Deus um canto novo. Que louvores? Seu louvor na assembléia dos fiéis. O louvor quem canta é o próprio cantor.
Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmo o canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente.
Santo Agostinho, Sermão 34 (Séc. V).
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